Acredito que os inúmeros
trabalhadores a recibos verdes existentes em Portugal, e em particular nos
Açores, devem ter ficado com um sentimento de angústia ao ler as declarações da
Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada a respeito da justificação para
os 20 dias de ausência.
O lamento de
estar sempre disponível para funções camarárias, em prejuízo da vida pessoal e
familiar, choca todos aqueles que por força das circunstâncias são obrigados a
trabalhar ininterruptamente, sem direito a férias e em prejuízo da vida
familiar e pessoal, com o simples objectivo terem dinheiro suficiente para
fazer face às despesas no final de cada mês.
Não questiono o
direito às férias, todos nós devíamos ter este direito. Mas ao assumirmos um
cargo público muitas vezes temos de fazer sacrifícios e concessões em benefício
de um bem maior. Temos de ter o tal “espírito de missão”, adoptando este espírito
não nos podemos lamentar, ou usar o argumento para as situações que nos
interessam, porque quando o fazemos perdemo-lo e optamos pela teoria do “coitadinho”
que trabalha muito que é incompreendido e que está a ser injustiçado.
Pessoalmente não gosto de “coitadinhos”, nem
que apelem ao meu sentimento de pena, as pessoas devem assumir o que fazem sem
desculpas. Se tinha direito aos 20 dias em férias gozava os dias e
justificava-os como tal, sem lamúrias ou apelos à compreensão.
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