Estava hoje a divagar e a minha mente poisou sobre a problemática dos exames do 4º e do seu peso na avaliação dos alunos.
Em primeiro lugar sou grande defensor do rigor e da meritocracia, do meu ponto de vista a escola tem de ser um lugar onde os alunos estão para aprender, logo devem ser dadas as condições a todos os intervenientes no processo para que isto seja feito da melhor forma. Contudo a introdução de exames no 4º de escolaridade, a meu ver, será contra producente e terá um efeito negativo na evolução do aluno. Ora vejamos:
1- Os professores sentiram o peso dos resultados, o que por um lado pode ser benéfico, por outro pode ser um factor que faz aumentar a pressão sobre os alunos não respeitando os ritmos de aprendizagem individuais que são muito diversificados no 1º ciclo;
2- No 1º ciclo a aprendizagem deve ser um prazer, devemos incutir nas crianças o gosto pelo saber e a vontade da descoberta, neste campo é de extrema importância a experimentação, a manipulação e a observação. Com exames vamos criar condições para que quer em casa quer na escola se incute nos alunos que o importante é o resultado final, descurando a gratificante experiência que é APRENDER.
3- Quer queiramos que não, este tipo de modelo leva à estigmatização dos alunos que não obtêm boas notas nos exames, e uma respectiva seriação nos ciclos seguintes, o que prejudica a integração.
No meio de tudo isto, quero louvar a decisão da Secretaria Regional da Educação dos Açores por não implementar estes exames. E mais por permitir a retenção de alunos no 1º ano, desde que bem fundamentada.