O parecer do
CNE, Comissão Nacional de Eleições, a respeito do limite de mandatos, veio confirmar
o que já se temia. Após três mandatos os autarcas estão impedidos de se
candidatar ao concelho que presidiam, não a concelhos limítrofes.
Na prática, muda
muito pouco, vamos passar a assistir a um sistema de rotação dos candidatos por
dois ou três concelhos vizinhos, mantendo o que já existia, um “Eterno Autarca”.
Esta decisão em nada contribui para a tão esperada renovação política, algo
muito desejado em Portugal, e vai continuar a promover o clientelismo.
No quadro actual
a linha de fronteira política entre concelhos é muito diminuta, em grande modo
devido à pequena dimensão de grande parte dos 308 concelhos existentes, o que
auxilia a transição de um autarca do concelho A para o B desde que estes sejam
adjacentes.
No meu entender
se querem manter esta interpretação, mudem o mapa autárquico, fundam municípios
e não freguesias, desta forma a distância entre os centros de decisão seria
maior o que promoveria a independência entre concelhos e por conseguinte
dificultaria este sistema de troca de cadeiras que se avizinha.